O programa Ubuntu atua para potencializar as oportunidades de profissionais negros se desenvolverem como líderes e apoiar na mudança de cultura dentro do setor público, buscando diversidade e representatividade. Com foco em pessoas negras em suas experiências iniciais de liderança no governo, o programa está com a primeira turma em andamento, e escolheu para padrinho Giovanni Harvey.
De acordo com Fábio Santiago, gerente de diversidade e inclusão do Vetor Brasil, o padrinho tem um papel fundamental como referência dos profissionais que participam da formação. “É figura inspiradora e norteadora, permitindo as trocas de experiências com esse grupo. Além disso, contribui para o fortalecimento institucional do programa e motivação dos participantes a levarem em frente seus projetos de promoção da equidade racial a partir dos lugares que ocupam na administração pública”, conta.
Segundo Fábio, Giovanni Harvey é uma figura reconhecida pelas importantes contribuições que traz, ao longo de muitos anos, para a promoção da equidade racial e combate ao racismo no Brasil. “É inspirador e contribui para essa causa em diferentes dimensões da nossa sociedade, além disso, ele tem um imenso carinho pelo Vetor e seus programas. Esteve na abertura da primeira turma do Ubuntu e também atua como mentor do programa. Faz muito sentido fortalecer ainda mais seus laços tendo-o como padrinho”, afirma.
Já Denise Silva, Coordenadora dos programas de Diversidade do Vetor Brasil afirma que Giovanni Harvey é uma figura que circula em todos os espaços e setores sociais, com um sorriso contagiante e uma firmeza nas palavras, passando uma mensagem fundamental de que é preciso internalizar a pauta da equidade racial em todos os espaços, principalmente na construção de políticas públicas. “Sua atuação como padrinho se dará até o final da primeira turma prevista para setembro/2022 e além de mentor, ele faz conexões que visam contribuir para o desenvolvimento dos participantes e do programa”, explica.
Um projeto a médio e longo prazo
“É uma honra muito grande, uma surpresa a possibilidade de poder de alguma forma ter uma relação mais orgânica com a turma como um todo”, afirma Giovanni, que foi Secretário Executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, de 2013 a 2015. Atualmente, dentre outras iniciativas, coordena o projeto Conectora de Oportunidades e preside o Conselho Deliberativo do Fundo Baobá para a Equidade Racial. “Sei que este projeto é algo que leva um tempo. O investimento que o Vetor e o Ubuntu fazem no desenvolvimento das habilidades e competências profissionais dos integrantes da turma, visa resultados que teremos mais visibilidade no médio e longo prazo”, afirma.
Para ele, são vários legados de várias gerações de pessoas. como por exemplo: Lélia González, Abdias Nascimento, Neusa Santos Souza, Milton Santos e Joel Rufino dos Santos. Alguns passaram pela admininistração pública, outros não, mas o que basicamente aconteceu, segundo Giovanni, é que havia incidência na administração pública com reinvindicações e cobranças, mas não tinha instrumental teórico e era pouca a oportunidade de incidir na gestão.
“A partir do início dos anos 2000, nós começamos a incidir na gestão, e com erros e acertos, desenvolvemos um conhecimento em gestão pública”, conta. “Então hoje, quando falamos da incidência do movimento social negro na administração pública, nós não estamos mais falando de uma incidência meramente reivindicatória. Estamos falando de uma existência de pessoas que tem capacidade de pensar a administração pública por dentro. E estas conquistas não são somente da população negra, mas em benefício da sociedade como um todo”.